quarta-feira, 3 de junho de 2015

Enquanto tivermos de ser

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Quando você chegou meu coração já surrado de tanto amar errado, não tinha ideia do que precisava. Você chegou tão quieto, manso, cheio de carinhos roubados e sorrisos sinceros e aos poucos foi mudando as coisas e as certezas de lugar. Foi me moldando a ti. Fez uma limpa no espaço, quebrou barreiras, jogou fora velhas memórias e fez do lugar o seu lugar.
Hoje me flagrei precisando de você. Hoje percebi que você ajeitou a bagunça toda feita de mim e me fez tua. Teu abraço de paz é o melhor abrigo para a minha alma andarilha. Eu nunca achei meu lugar, eu nunca quis realmente pertencer, mas você tem isso de me fazer sentir em casa, de ser o meu lar. Não tenho ideia de como me perdi tanto em você, afundei tanto em tuas águas, mas quando vi já tinha tomado tua mão, embarcado em tua vida, lutado tuas guerras, contado tuas pintas, decorado teus movimentos, dançado a tua dança. Essa segurança de dormir nos teus braços se fez precisa.
Me reconheci em você moço. Conectei tuas dores com as minhas, e pude ser afeto, carinho e atenção onde outrora só sabia ser dor. Me enxerguei no espelho de você e vi outro mundo, outro horizonte, outra chance. Hoje não poderia me fazer cega novamente. Que arte bonita essa tua de colocar cor no meu mundo preto e branco. Que coisa interessante essa nossa de nos reinventarmos juntos, de sermos mais, de sermos calor, alegria e certeza incerta. Que sejamos infinitos enquanto bem fizermos. Que sejamos amor enquanto sem dor. E que sejamos presente, futuro, escolha e sentimento enquanto tivermos de ser.

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