quinta-feira, 30 de julho de 2015

O que traz felicidade?

“O que te traz felicidade?”, ele perguntou.
Realizar um sonho. Pintar as unhas de vermelho. Beber suco de melancia antes do prato principal chegar. Sentir o cheirinho do almoço  sendo preparado na casa dos meus pais. Me identificar e grifar uma frase legal em algum novo livro. Comer sozinha um cacho de uvas docinhas. Biscoito de chocolate com brigadeiro. Pessoas sinceras que ao invés de só dizerem o que pensam, agem como dizem. Casa arrumadinha e chão limpo. Assistir e fotografar o pôr-do-sol.  Quando dizem que meu cabelo cresceu. Descobrir que não esqueci o fone de ouvido em casa. Mensagem no meio da madrugada. Ter tempo de passar na livraria com calma. Editar fotos antigas. O miado da Jade. Brownie com sorvete. Roda gigante. Ter ideias ao invés de conseguir dormir. Observar a noite em São Paulo, mesmo que dentro de um táxi. Final de semana sem compromissos marcados. Os agradecimentos do livro. Acordar com a luz do sol e ouvindo passarinhos. Uma temporada inteira de qualquer série durante a madrugada. Dizer coisas em silêncio, com o olhar. Bichinhos de pelúcias. Aprender um passo de dança. Borboletas no estômago. Rodízio no restaurante japonês. Correr no parque. Passar a noite conversando com amigos. Cozinhar para quem eu gosto. Quando consigo confiar de verdade em alguém. Ouvir uma música que traduz o que sinto. Ter dinheiro pra pagar as contas. Posar pra fotos. Estampa de coração na vitrine. Colocar cílios postiços de primeira. Escrever o último parágrafo de um texto. Dançar sozinha na frente do espelho. Batom vermelho. Quando estão falando uma língua que não conheço por perto. Cortar as unhas e usar o teclado primeira vez. Quando alguém importante pra mim curte a foto. Maquiagem impecável. Comprar coisas pra casa no Shopping. Quando alguém gosta da minha chatice. Saltos. Viajar observando a estrada, no banco da frente. Quando estou decidida. Todos os emails respondidos. Quando decoro a letra da música. Aprendo alguma coisa nova que ajuda no trabalho. Brigadeiro com morango. Beijo na testa. A ansiedade de viajar para algum lugar novo. Quando abro a porta e vejo o quarto pela primeira vez, nos hotéis. Dormir a viagem toda. Cama elástica. Quando estou só e não me sinto sozinha.
“A paz”, respondi.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Esse texto é pra ti..


Esse texto é pra ti que com o passar do tempo aturou minhas burradas, que entendeu meus erros e que me perdoou várias vezes. Mesmo eu não merecendo. Que esteve ao meu lado nas alegrias e tristezas, que comemorou, cantou e se deixou sentir a minha companhia. Esse texto é totalmente dedicado à você que me ouviu horas e horas no telefone, que mandou sms e sempre apoiou minhas escolhas apesar de saber que eu, em algum dado momento iria sofrer com as consequências.

Esse texto é pra ti, meu bem, que me abraçou forte, que me acolheu nos braços. Que ficou ao meu lado, e cuidou de mim quando pensei estar sozinha.

Esse texto é pra você. Por ter dado o primeiro passo de uma dança que nos levou ao passo seguinte. Por ter acreditado em mim e insistido em mim.

Por ter pego a minha mão e ter me levado para conhecer a sua vida. Por ter me mostrado os teus sonhos e frustrações sem se esconder atrás das máscaras que a vida ensina.

Por você. Pelo seu sorriso. Pela sua paz. Pelo seu abraço. Pelo seu cheiro.

Por essas e outras. Pelo amor. E uma vontade imensa de estar ao seu lado. 

É por isso.

Esse texto é pra você saber que pode passar o tempo, as pessoas, os momentos, mas que nada nem ninguém poderá apagar as histórias que foram gravadas em mim.

Esses momentos, apesar de tolos ou engraçados sempre estarão comigo me guiando e dando a certeza que apesar de o mundo não ser um conto de fadas...rs.. Eu encontrei você, que me dá coragem de seguir em frente.

Muito obrigada por fazer parte da minha vida e principalmente da minha história.


Agora, deixa eu cuidar de você! 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Gente de paz tumultuada

Eu  estava aqui na minha, quieta, sem pedir nada a ninguém. Apesar de ter o coração meio tristinho, remendado, cheio de curativos, eu estava bem. Meus óculos escuros e minha maquiagem me faziam mais forte. Escutei de alguém que quando a gente começa a cuidar da gente o resto se renova. Eu acreditei piamente nessa conversa. E estava até me curando de todas as outras dores que acumulei, viu?
Mas quem disse isso esqueceu de avisar que quando a cura começa a fazer sentido, os outros sentidos se aguçam e atraem essa gente que pede pra ser amada. Eu não pedi, você diz que também não. Estávamos só por aí, vagando, batendo os quatro cantos do mundo e abrindo sorriso pro vento, fingindo ser feliz, preenchendo o coração de coisas leves...
Mas uma hora a gente sabe que uma coisa pesada tem que entrar, puxar a cadeira, pedir um chá e conversar. Matar nosso tempo, pedir pra ficar. Você, sabe-se lá como, bateu na minha porta e por ironia do destino encontrou-a aberta. Sorte ou azar, entrou sem pedir licença, anarquizou minhas emoções. E não pediu pra ficar, simplesmente se instalou. Habitou o que antes era vazio, sem graça, disforme, branco. Trouxe cor.
Sabe essa gente que balança nosso mundo sem tirar a mão da cintura? Talvez finalmente eu tenha encontrado alguém assim. Simplesmente ancora minhas pressas e freia minhas desilusões. Eu não pedi. Nem estava a fim. Mas sabe essa gente que traz uma paz tumultuada? Sabe essa gente que traz um vício brando pra nossas vidas? E faz da gente dependente, sempre querendo mais. Talvez eu nunca entenda, talvez você nunca tenha paciência pra me explicar, mas quando a gente encontra 50% de cura num abraço, o resto do mundo pode se danar, a gente só quer amar.
E, apesar não ter te escolhido, a espontaneidade dos nossos corações desordeiros nos uniu. Você amarrota a camisa da sanidade e faz morada na minha mente. Ainda bem que você não pediu pra entrar, porque eu não deixaria. Ainda bem que você não me convidou pra dançar, porque eu não iria. Ainda bem que você percebeu a minha esquizofrenia e simplesmente chegou, ficou, me pirou. Você é dessa "gente" que invade e ganha a causa sem dar uma palavra.