E quando lembro, tenho uma saudade imensa de tudo que não fomos. Tenho
uma vontade enorme de voltar e te fazer brilhar só para mim, de que você
seja a luz que falta por esses dias tão nublados do meu inverno. Você
nunca vai entender porque eu permaneci nos momentos em que deveria
partir. Naqueles instantes em que te olhava fixamente sem dizer uma única palavra. Eu estava acumulando memórias. É, eu estava te fotografando
dentro de mim, te tatuando no pensamento, para nunca esquecer o quanto
foi bom o teu verão. Naqueles belos dias eu aqueci meu ser com teu amor,
antes de precisar ser gelo novamente. Você foi meu sol particular, foi
aquele sentimento feliz que a gente tem no verão, você astro rei
iluminado, e eu toda a vastidão daquele mar, toda calma antes da
tempestade. Tua paz me fez paz, e teu amor me fez amor. Você me
encontrou e eu me achei em você. Nesse breve rolar de estações, fomos
uma vida todinha dentro de meses, benditos esses, ensolarados e chuvosos meses. Fomos calor, carinho, luar e canção. Fomos aquele sorriso roubado
no meio de uma lembrança do acaso. Aquela calmaria passageira, afeto
guardado, a lembrança de paz. Fomos verão, e todo verão se vai, e se
volta, e se aquece, e se esfria. E se guarda, e se lembra com carinho, e
nunca se esquece.